PEADS – FICHA PEDAGÓGICA – CENSO AMBIENTAL
Desenvolver, nas escolas, Estratégias para o Desenvolvimento Local Sustentável.
Construção do Censo Ambiental e estudo do Ecossistema da Comunidade.
Apresentação
O objetivo desta Ficha Pedagógica é completar o conhecimento da própria escola e da comunidade sobre si mesmas para construir um diagnóstico mais completo da realidade. Desta vez, serão estudados o meio ambiente local e o ecossistema do engenho, da comunidade, do povoado ou da fazenda. Será feito o levantamento de todos os recursos naturais que existem na localidade e será recuperada a história dos recursos que se perderam.
A escola vai produzir conhecimentos sobre os recursos naturais, vai aprofundá-los e depois vai ajudar a própria comunidade, apoiada pelo município, a agir na direção de recuperar o que se perdeu e ainda pode ser recuperado, preservar o que se conservou até agora e melhorar o uso racional desses recursos, para que eles continuem a existir também para as gerações futuras.
Esta Ficha Pedagógica divide-se em quatro etapas fundamentais e exige uma discussão dos professores da mesma escola, ou mesmo um estudo com supervisão ou apoio pedagógico, por conta de tantos elementos inovadores que contém. O entendimento nunca é completo no início. À medida que a escola for praticando, o entendimento vai aumentando, e os professores terão oportunidades de trocar ideias entre si.
As pesquisas sobre a temática ambiental são atividades mais grupais e coletivas do que individuais. Na segunda parte, seguem muitas propostas nesse sentido. Sugerimos entrevistar pessoas idosas como resgate histórico e como construção da autoestima. Nas entrevistas sobre as temáticas sugeridas, o professor deve orientar os alunos para primeiro, entrevistar as pessoas idosas sobre sua história pessoal e, só depois, entrar nos demais assuntos. É importante saber, por exemplo, o nome completo da pessoa, o apelido, onde e em que ano nasceu, onde viveu, onde trabalhou, coisas de que gostava no tempo da infância e da juventude, etc. Qualquer informação de ordem histórica deve conter o nome da pessoa que deu a informação, a data e o lugar.
Parte 1
Questões para a realização das pesquisas
É a primeira abordagem do assunto. Começa a partir das informações que os alunos podem conseguir com a ajuda de seus familiares e moradores da comunidade, onde o conhecimento ainda é muito localizado, experimental, resultado da prática e do senso comum das pessoas. Vai ser recuperado sobretudo a partir de pesquisas com perguntas. Essas perguntas vão gerar outras que exigirão um conhecimento mais profundo, científico e técnico. Perguntar aos familiares sobre as coisas que eles têm domínio é uma forma de valorizar os seus conhecimentos e as suas experiências de vida. Esta Proposta de Educação está supondo que, pelo menos uma vez por mês, a escola faça reunião com os pais, para falar sobre o que estão fazendo, como estão fazendo.
- De onde vem a água que se bebe em casa? Como ela chega em casa? Quem a carrega?
- Existe outro tipo de água que se usa em casa, sem ser para beber? De onde vem essa outra água?
- Quais são os riachos, os rios, os açudes, as cacimbas, os cacimbões, os poços artesianos, os barreiros que existem perto das nossas casas e da escola? Que serventia eles têm para a população?
- Que coisas, objetos, sujeiras (suor de animal, fezes, urinas, esgotos de casas e de indústrias, lixo) caem nesses depósitos de água? Que tratamento de água é feito em casa, no povoado ou na comunidade? Quem faz o tratamento? Como é feito o tratamento?
- Procurar, com os pais, e levar para a escola, um punhado de terra fértil, boa e forte e um punhado de terra fraca, ruim e infértil (usar plástico ou garrafa de refrigerante de plástico para levar a terra). Perguntar aos pais o porquê da força e da fraqueza de um solo.
- Coletar, em vidro ou plástico, os bichinhos (microorganismos, fungos, minhocas, gogos, cupim, etc.) que vivem debaixo do solo e levar para a sala de aula.
- Informar-se com os mais velhos das famílias sobre o nome das árvores que existiam na região e quais os que não existem mais. Procurar saber onde eram as matas de antigamente e o que resta delas.
- Perguntem também aos mais velhos sobre os animais silvestres e de caça: quais eram? Onde existiam? Quais os que não existem mais e por que desapareceram?
- Questionar sobre os peixes dos rios e dos açudes: quais eram? Onde eram pescados? Quando e por que desapareceram?
- Perguntar aos pais e sobretudo aos avós, o que se plantava no tempo da infância deles e se o que se plantava em grande quantidade naquela época se planta hoje.
- Questionar sobre o que havia antes no lugar da cana de hoje.
- Procurar saber dos mais antigos: no tempo da infância deles, quantos quilos dava uma conta de mandioca, feijão ou milho? E como é hoje?
- Investigar o que é feito com o lixo em sua casa. O que fazem com o lixo na escola? O que fazem com o lixo na comunidade?
Parte 2
O desdobramento e aprofundamento das pesquisas
Partir do conhecimento que as crianças produziram com seus familiares e desdobrá-lo. Aprofundar, através das disciplinas, para que esse conhecimento inicial e elementar, possa evoluir e alcançar um patamar maior, mais escolar, técnico e científico. Desenvolver, sempre de forma interdisciplinar e transversal, o primeiro conhecimento produzido.
Trabalhando o recurso água
- Organizar visitas com os alunos aos mais diversos tipos de depósitos e reservatórios de água.
- Listar providências que precisam ser tomadas para a realização das visitas:
- Acertar com os proprietários, no caso dos reservatórios serem particulares. Com os encarregados, se os reservatórios forem públicos.
- Preparar perguntas para as entrevistas; definir quem vai entrevistar, quem vai ser entrevistado e sobre o quê.
- Dividir o grupo em equipes com tarefas específicas, por exemplo: um grupo observa os sinais de morte nas águas (lixo, sujeira, fezes, etc.). Outro grupo observa os sinais de vida (peixes, plantas, vegetação próxima das águas, etc.). Outro grupo observa o uso e os usuários da água (pessoas que bebem, que irrigam, animais e roupas que são lavadas). Cada tarefa dessa deve ser preparada em sala de aula.
- Preparar material: depósitos para a coleta de material, se possível com máquina fotográfica, gravador — se tiver filmadora, melhor ainda! —, trena de medir, roupa adequada para andar no campo. Nas observações e nas entrevistas, não esquecer dados quantitativos: tamanho da área, do percurso feito pelos alunos, quantidade de água em metros cúbicos. Ao voltar à classe, apresentar relatório da equipe, material coletado, razão e objetivo da coleta; organizar debates e textos, desenhos, lições, estudos de ciência, biologia e meio ambiente.
- Acompanhar o percurso das águas.
- Para pesquisar e estudar o percurso das águas, organizar um passeio, que pode ser a:
- Um rio.
- Um riacho corrente.
- Um córrego seco, por onde as águas escorrem quando chove.
- Utilizar a mesma preparação de materiais do item 1 para este exercício. Se o córrego é seco, é muito bom coletar amostras de raízes e de cor de solo para estudo da erosão. É bom observar também o que a água carrega com sua força, além da terra: lixos, plásticos, etc.
- Na preparação do material, lembrar os alunos de estarem atentos para desenhar o mapa do percurso das águas com tudo que ele atravessa: roças, árvores, propriedades, etc.
- Merece atenção especial a observação da vegetação que acompanha as margens dos rios: se tem, se são rasteiras, se são árvores grandes com raízes. O professor ou os adultos que estejam acompanhando o passeio deve chamar a atenção para o papel que as plantas e as raízes têm na defesa do solo e das águas.
- Recuperar a história das águas.
- Trazer para a sala de aula ou levar os alunos para visitar pessoas das mais idosas da comunidade que conheceram o rio, os riachos ou açudes em outras épocas, para contarem suas histórias e serem entrevistadas sobre o uso das águas: como eram antes, os peixes que tinham, as enchentes, as matas das margens (matas ciliares).
- Discutir com essas pessoas os motivos que levaram à diminuição das águas, das árvores e dos peixes; e ao aumento da poluição.
- Pesquisar as doenças e os prejuízos que as águas podem trazer.
- Organizar, antes ou depois das visitas, um debate sobre as doenças que o rio, riacho ou as águas em geral podem trazer para a região.
- Levantar informações sobre quem tem pessoa com esquistossomose em casa, trazer essas pessoas para a sala de aula ou levar os alunos a visitarem-nas, para entrevistá-las sobre quando, como e onde pegaram a doença.
- Ver se algum aluno conhece família em que alguém já tenha morrido com a esquistossomose. Entrevistar pessoas dessa família.
- Levantar informações sobre outras doenças com os alunos: cólera, dengue, verminoses, etc.
- Exemplificar a sujeira da água, por exemplo, pondo-a em 1, 2, 3 ou mais garrafas plásticas transparentes de refrigerante. Cada garrafa corresponde a um tipo de água usada na comunidade. Em uma, não se coloca nada; nas demais, vai se adicionando as coisas que o povo acrescenta na água. Vamos supor que no rio o pessoal lava roupa, aí se acrescenta sabão. Noutra, que representa um açude, o pessoal lava cavalo, aí se acrescentam urina e fezes de cavalo. De acordo com as coisas que forem se acrescentando, as águas vão se diferenciando, e a visualização vai esclarecendo o debate.
- Pesquisar as possibilidades produtivas das águas do lugar.
- Organizar uma visita a uma ou mais propriedades que usem irrigação, sobretudo com formas variadas de irrigação, e entrevistar seus proprietários sobre cálculos matemáticos que a irrigação exige:
- Tempo e duração.
- Quantidade de água.
- Melhores horas para irrigar.
- Resultados econômicos.
- Custos da infraestrutura, da energia; os tipos de energia: se motor elétrico monofásico ou trifásico, se movido a óleo, capacidade de elevação que a bomba tem, comércio dos produtos irrigados.
- Organizar uma visita a um criatório de peixe, pato ou camarão. Instigar os alunos a fazerem perguntas sobre:
- As técnicas da criação.
- A alimentação.
- O tipo de água.
- A venda.
- O período de pesca.
- O comércio.
- O ganho.
- Os investimentos que precisam ser feitos, a segurança contra o roubo dos peixes e a assistência técnica.
- Organizar produtos com os resultados dos estudos sobre as águas do lugar.
- Escrever textos sobre a situação das águas do lugar, que fale de quais são, onde estão a quantidade, o uso, o trato que a população dá, a utilização, etc.
- Escrever textos sobre apenas um desses elementos anteriores.
- Escrever textos sobre um tipo específico de água, por exemplo, do rio ou do açude, da cacimba ou do poço artesiano.
- Escrever texto sobre as doenças transmitidas pela água.
- Desenhar os reservatórios das águas e as dinâmicas usadas para o estudo.
- Mapear o caminho e o percurso das águas do lugar.
- Fazer exposição fotográfica, com legendas ou textos dos alunos, do passeio realizado para a pesquisa das águas.
- Criar poesia ou música sobre as águas.
- Apresentar alternativas para a melhora do uso das águas e conservação do meio ambiente.
- Apresentar alternativas para gerar renda com a água: irrigação e criação de peixes.
Trabalhando os recursos solo e vegetação
Muitas das sugestões apontadas para se trabalhar com a água podem ser aproveitadas para a vegetação.
- Entrevistar as pessoas mais idosas da comunidade
- Levar as pessoas mais idosas para a sala de aula ou visitá-las.
- Elaborar um roteiro de perguntas e sugerir o relato da vida na comunidade.
- Construir, com as pessoas acima de 70 anos, o mapa de como eram as matas na infância delas. Depois, outro mapa no tempo em que elas tinham 30 anos, e outro mapa com as matas que existem hoje.
- Fazer o mesmo exercício com os tipos de animais que existiam nessas três fases da história das matas.
- Fazer o mesmo com os tipos de madeira nas três épocas.
- Tentar fazer o mesmo exercício com os demais tipos de vegetação, sobretudo a cana: onde a cana chegava há 70 anos, de 1925 a 1935; há 30 anos, de 1965 a 1975; e atualmente.
- Recolher as amostras de solo das famílias.
- Pedir que cada criança ou adolescente mostre a terra boa que trouxe e pedir explicação a cada uma sobre o porquê a terra é boa.
- Para cada explicação, anotar as características que os alunos forem apresentando (ótima oportunidade para ensinar sobre adjetivo, sinônimos e antônimos!).
- Chamar a atenção sobre a ortografia e os sinônimos das palavras que indicam terra fértil.
- Juntar os punhados de terra de cada um em um canto, para que possa ser mantida junta. Fazer a mesma coisa com as amostras de terra fraca.
- Depois, molhar as duas porções de terra com uma mesma quantidade de água, plantar algum tipo de semente e, ao longo do mês, fazer os alunos observarem a diferença.
- Organizar uma visita à mata.
- Preparar bem a visita e motivar o pessoal. Com criança muito pequena, não se deve visitar mata muito fechada. Tomar algumas medidas prévias:
- Ir com algum adulto da comunidade aonde vão fazer a visita.
- Preparar água e merenda. Ir com sapato e roupa apropriados.
- Dividir em equipes, dando responsabilidade aos maiores pelos menores.
- Pedir a colaboração de outros adultos: pais ou irmãos mais velhos.
- Estabelecer o roteiro para observação na mata:
- Estabelecer momentos de parada, contemplação e silêncio absoluto.
- Sentir a temperatura, como o vento circula na mata.
- Sentir o sol e a sombra, observar como o sol penetra na mata.
- Observar os tipos de plantas maiores, médias, arbustivas e rasteiras, como elas se distribuem, e imaginar como a chuva entra na mata, se infiltrando.
- Cavar e tirar amostras de solo: sentir o cheiro; e observar a composição, a cor, a granulação, a presença de raízes e os micro-organismos.
- Observar a “manta orgânica”, composta de folhas, pedaços de pau e madeira em decomposição. Juntar a quantidade de um metro quadrado e levar para pesar.
- Contar a quantidade de plantas diferentes que existem numa área de 5 a 10 metros quadrados.
- Visitar o roçado depois da mata.
- No mesmo dia ou em outro próximo, organizar uma visita a roçados ou canaviais. Tudo o que foi observado na visita à mata deve ser observado no canavial ou roçado, para os alunos fazerem as comparações: como o sol, a chuva e o vento penetram no roçado; a cor, o cheiro e a composição do solo; a erosão do terreno; a uniformidade das plantas, etc. Sentir o clima, a temperatura, a presença de micro-organismos, os pássaros, etc.
- Trabalhar o retorno da visita à mata e ao roçado.
- Reunir cada grupo para apresentar aos demais as amostras coletadas.
- Justificar o porquê de pegarem tal amostra e o que queriam mostrar para os colegas.
- Perguntar sobre a diferença que encontraram entre o solo da mata e o dos roçados.
- Escutar depoimentos, dos que quiserem falar, sobre o que mais impressionou.
- Explicar cientificamente o fenômeno da decomposição da matéria orgânica e a relação da vegetação com o solo e os micro-organismos.
- Debater a situação do solo na localidade: em que estado se encontra? Com o que mais se parece: com o da mata ou o do roçado?
- Tirar conclusões sobre como melhorar o solo das lavouras.
- Realizar testes com os alunos.
Organizar produtos sobre os estudos da vegetação e do solo.
- Relacionar as madeiras, os pássaros, os peixes e os animais silvestres que já existiram na região e que hoje são raríssimos ou extintos.
- Escrever sobre a experiência de escutar as pessoas mais idosas.
- Escrever relato contado pelas pessoas mais idosas.
- Confeccionar álbum fotográfico com legendas dos passeios a mata e roçado e das visitas às famílias antigas, com as respectivas datas, retratando a vida do lugar.
- Criar desenhos, pinturas, músicas e poesias sobre as paisagens antigas e atuais.
- Colher depoimentos dos mais idosos e a história escrita e documentada do lugar.
- Desenhar os mapas da vegetação em três épocas diferentes: 70 anos atrás, 30 anos atrás e hoje.
- Coletar sementes da vegetação nativa para reflorestamento.
- Escrever textos em forma de diálogo, com os elementos da natureza personificados, por exemplo: um diálogo da planta com um terreno esturricado, da árvore com o lenhador, da floresta com o canavial, etc.
Trabalhando os recursos humanos
- Pesquisar os sítios dos moradores dos engenhos e das usinas.
- Informar-se junto às pessoas mais idosas, entrevistando-as em sala de aula ou em outros locais, com as seguintes perguntas:
- No tempo de sua infância e juventude, quantos eram os sítios dos moradores nos engenhos?
- Quantos eram os foreiros (pessoas que arrendavam terras aos senhores de engenhos)? Quantos eram os pequenos proprietários?
- O que plantavam e o que criavam?
- De que tamanhos eram os sítios em que moravam, plantavam e criavam?
- O que existe hoje no lugar dos sítios dos moradores?
- Para onde foram os moradores do lugar?
- O que aconteceu com as cidades naquela época?
- Organizar passeios com os alunos a locais que ainda apresentem resquícios de terem sido sítios de moradores. Comparar com os sítios dos moradores de hoje nos engenhos.
- Debater a crise da cana, dos engenhos e da usina.
- Entrevistar pessoas mais idosas e de meia-idade que viram a cana se expandir e, depois, entrar em crise, e debater com elas, fazendo as seguintes perguntas:
- Por que a cana cresceu tanto entre 1962 e 1989?
- Quais os fatores que ajudaram a cana a crescer?
- A cana ocupou os espaços de quais outras culturas e vegetações?
- Como se pagava antes aos trabalhadores e como passou a se pagar depois de 1962?
- Quais as vantagens e desvantagens que o salário mínimo trouxe para as pessoas e o lugar?
- Quais os direitos trabalhistas conseguidos durante a expansão da cana?
- Quais as vantagens e desvantagens que a expansão da cana trouxe para os produtores e os trabalhadores?
- Por que os engenhos e as usinas hoje estão falindo?
- Qual foi o papel que o governo teve na expansão e na crise da cana? Qual o papel dos sindicatos na expansão e na crise? Qual o papel que os fornecedores e usineiros tiveram?
- Organizar debates, textos, elenco de fatores que favoreceram a expansão e fatores que favoreceram a crise.
Trabalhando problemas ambientais
- Estudar a produção, o tratamento e o destino do lixo do lugar.
- Estimular, cada aluno, a descrever o que se faz do lixo produzido em casa.
- Fazer visita ao maior lixão do lugar, mediante uma preparação prévia e medidas de segurança.
- Dividir o grupo em equipes para coletar amostras; cada equipe, um material: tipos de vidro, tipos de plástico e borracha, tipos de metal, lixo orgânico, papel.
- Apresentar as amostras em sala de aula, mostrando a quantidade de cada produto no conjunto do lixo e como cada produto teria chance de ser reaproveitado.
- Debater se os alunos ou a comunidade já ouviu falar ou conhecem, no município ou fora, experiências de reciclagem.
- Pesquisar no lixo da escola, da sala de aula e da cozinha, a composição e o destino de cada componente.
- Debater melhores formas de tratar o lixo. Procurar alguém que ensine a fazer composto orgânico e escrever com os alunos a receita para fazer o composto e o modo de usá-lo nas plantas.
- Discutir possibilidades de reutilização de embalagens plásticas e de vidro.
- Aprender a fazer brinquedos e utensílios com sucata.
Parte 3
Os encaminhamentos das ações
Se a escola conseguiu desdobrar esta Ficha, produziu muito conhecimento inovador, que poderá ajudar a comunidade a agir. Esse será o grande desafio da escola para com a comunidade e o meio ambiente.
- Apresentar para a comunidade o resultado das pesquisas feitas e dos conhecimentos que foram aprofundados.
- Procurar formas de apresentar para a comunidade o conhecimento que foi produzido.
- Tomar as providências para uma boa reunião, conforme sugestões nas outras fichas.
- Preparar bem os produtos construídos para serem apresentados à comunidade.
- Provocar a comunidade para que ela reaja diante dos problemas levantados pela escola.
- Estimular a organização de “Comissões Locais de Água, Solo e Vegetação”, para o cuidado especial com essas questões. Definir tarefas para essas comissões.
- Estimular ações e políticas locais para o meio ambiente.
- Ações para melhorar o tratamento do lixo doméstico ou de algum lixo que haja na comunidade.
- Ações para melhorar a conservação e limpeza dos reservatórios de água, rios e riachos.
- Informar-se ou propor projeto de reflorestamento, arborização e plantio de vegetação nas margens do rio.
- Estimular capacitação para manejo do solo e aprender as técnicas de conservação, adubação.
- Organizar uma festa na comunidade para celebrar a vida das pessoas mais idosas.
- Proporcionar oportunidade aos mais idosos de se encontrarem, para levantar a autoestima, valorizar os seus saberes, dançar e cantar as músicas e cantigas de sua época.
- Documentar essa festa com fotografias, depoimentos gravados e textos.
- Avaliar os impactos dessa festa com os idosos.
- Aproveitar essa festa para apresentar as mudanças que aconteceram nos últimos anos e que prejudicaram o meio ambiente.
- Organizar mais produtos, juntando as contribuições de cada série e escola do distrito.
Propor uma reunião com as comunidades do distrito para discutir as propostas de cada comunidade para o meio ambiente. Discutir a recuperação dos rios e riachos que correm nas terras do distrito.
Parte 4
A avaliação do processo de construção do conhecimento, do ensino e da aprendizagem
Depois de um processo desse, segue-se uma avaliação dos conteúdos aprendidos, da participação dos sujeitos envolvidos, da dinâmica utilizada e dos resultados obtidos. As sugestões das outras fichas podem ser usadas para avaliar esta também.
Os conteúdos ensinados e aprendidos
Nesta metodologia, todos ensinam, todos aprendem e todos são avaliados, por si e pelos demais.
- Fazer, com os alunos, o levantamento de todos os conteúdos trabalhados durante o período desta ficha, tanto o conteúdo tradicional como o conteúdo novo.
- Discutir o nível de interesse, utilidade e assimilação desses conteúdos para os estudantes e seus familiares e verificar os impactos que estão provocando nas comunidades.
- Discutir com os alunos as formas como eles observam os resultados em suas famílias.
A participação dos envolvidos
Verificar os níveis de motivação, interesse, iniciativa, contribuição e criatividade dos alunos e dos adultos colaboradores.
- Verificar os valores que foram se firmando nos alunos: solidariedade, companheirismo, respeito ao outro, justiça, responsabilidade com as tarefas, etc.
- Verificar as atitudes em relação aos valores na vida pessoal e de grupo, coletivamente, dentro e fora da escola.
- Verificar nos professores e nos familiares esses mesmos itens.
As metodologias e dinâmicas utilizadas
- Verificar os acertos e as falhas percebidas por alunos, professores e familiares.
- Examinar as dificuldades sentidas pelos envolvidos.
- Discutir as formas de superação dessas dificuldades e dar sugestões para melhorar na próxima ficha.
- Verificar a eficiência e eficácia da ficha: se conseguiu facilitar os objetivos e as estratégias.
- Planejar o próximo período e a próxima ficha.
Abdalaziz de Moura