4.5.2. Relatório da Oficina em Tamandaré sobre o Cotidiano na Escola

RELATÓRIO DA PRIMEIRA OFICINA LOCAL – RIBEIRÃO/PE – 10 e 11 /11/98

A IMPORTÂNCIA DOS PROGRAMAS SOCIAIS NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO – PE

APRESENTAÇÃO

Durante a capacitação, houve a visita das Secretárias de Educação e Ação Social, dos Secretários de Administração, de Governo e de Finanças. A Secretária de Agricultura participou do segundo dia e um dos diretores participou os dois dias. Estiveram juntas as monitoras do Bolsa Escola e do BCC da cidade. Todas estas presenças contribuíram para uma dimensão mais ampla dos dois Programas junto ao município.

Apresentação foi feita se dizendo as expectativas para a oficina. A maioria das pessoas explicitaram que vieram em busca de novos conhecimentos ou de aumentar os conhecimentos. E Moura colocou que nós do SERTA iríamos frustar o grupo, pois, não viemos repassar ou trazer conhecimento e sim produzir conhecimentos conjuntamente. Logo após, nos apresentamos, e já encaminhamos um trabalho de grupo.

1. PRIMEIRA PARTE

PESQUISA SOBRE A COMPREENSÃO DO PROGRAMA

Como se trata de um município que começou o Programa recentemente, e pode evitar muitas falhas cometidas pelos anteriores, começamos o dia, com um estudo sobre a compreensão do mesmo. Em Ribeirão, muitas professoras da rede municipal, foram aproveitadas como monitoras, o que poderá facilitar a ligação entre as duas jornadas. A pergunta foi:

Que diferença estão percebendo a partir dos dois Programas, as crianças, as escolas, as famílias e nós mesmos?

Dois grupos foram fazer uma entrevista diretamente aos pais, pois era o dia de pagamento do Bolsa Escola e os mesmos estavam na cidade.

1.1. RESULTADO DOS GRUPOS

1.1.1. As mães

– “Minha filha tinha dificuldade em aprender e com a jornada ampliada ela está aprendendo mais. Este dinheiro está me ajudando muito.”

– As crianças têm uma ocupação nos dois expedientes, pois antes, depois do corte iam para o meio da rua para vagabundar.

– Estão dando valor ao dinheiro que recebem. Não faltando mesmo se doentes, com medo de perder a bolsa, pois os pais compram muitas coisas para as crianças. Como por exemplo, sapato, roupas etc.

– Melhorou o comportamento das crianças em casa

– “Não necessita acordar 3 ou 4 horas da manhã para ir para o corte da cana, na maioria das vezes sem café da manhã.”

– Melhorou a saúde pela alimentação, como também nas condições para a compra de medicamentos.

– Vão para a jornada ampliada por causa do dinheiro, “se tiver dinheiro eles vão se não eu tiro da escola”

– Estão deixando as mães sossegadas, pois primeiro o dinheiro, e segundo não estão vagabundando nas ruas.

– A quantidade de alimentação melhorou em casa, rende mais para os outros

– “É bom pois, passa o dia fora de casa e alivia meu juízo”.

– As crianças agora em casa são visitas

1.1.2. As Professoras

– Vai aliviar as crianças de tanto estudo, de tanta tarefa, vai ter um tempo para o lazer, vão estudar artes, pois estão sendo contratadas professoras nesta especialidade.

– Reclamam que as crianças tem dia que chegam muito cansadas, devido a jornada ampliada.

– As crianças estão ficando mais danadas depois da jornada ampliada.

– A cidade ganhou muito com isso.

– É necessário haver um grande entendimento entre a jornada regular e ampliada.

– As professoras duplicaram suas responsabilidades perante a aprendizagem.

– Melhorou muito a frequência, devido a perca da bolsa, caso haja muitas faltas.

– As professoras tem que se doar muito mais, ter mais responsabilidades para as professoras pois agora se tornaram mães de todos, pois não se pode esquecer que são 8 horas que estão passando com as crianças.

– Estão aprendendo muito com os alunos.

– Muitas crianças forçadas na escola.

– As crianças do BCC vêm porque gostam enquanto no Bolsa Escola vem por causa do dinheiro.

– Que tem muitas professoras e monitoras que estão no programa também por causa do dinheiro.

– A escola é um novo ponto de apoio para os pais.

– As professoras usam a bolsa para ameaçar as crianças caso não melhorem o seu comportamento.

1.1.3. As Crianças

– Estão forçadas pelos pais por causa do dinheiro.

– Pensavam que só era para brincar e comer.

– No início, reclamavam pela grande quantidade de horas na escola.

– Tem uma boa alimentação.

– Estão aprendendo muito, pois tem um reforço das aulas.

– “Com o dinheiro minha mãe compra caderno, sapato, umas roupinhas e isto está ajudando muito em casa”.

– Tem escolas onde a merenda escolar é ruim, na jornada ampliada.

– “Minha mãe só deixa eu vir para escola por causa do dinheiro.”

– Sentem-se mais dispostos e animados para aprender, melhor com a vida.

1.2. SÍNTESE COM APROFUNDAMENTO

O educador do SERTA mostrou a metodologia que estavam usando, primeiro, partindo do conhecimento que o grupo estava produzindo, a partir de uma primeira abordagem do problema, ainda não muito aprofundada, mas o suficiente como ponto de partida. Agora iria levantar alguns aspectos e aprofundar outros, que merecem atenção especial.

O meio rural

– Este era pouco conhecido do município, pelas secretárias e diretores. Tiveram que visitar, fazer pesquisa, de tudo. Quantidade de crianças na zona rural, a situação da escolaridade. Enfim, o meio rural foi objeto de produção de conhecimento, para poder se implantar o programa bolsa escola.

No meio rural houve novidade nos seguintes tópicos:

– Pais, crianças: quem são, quantos são, onde estão?

– Escolas: quais são, como estão, quantos alunos?

– Documentação: quem tem, quem não tem, como e quando tirar, idades?

– Motivações – interesses: quem tem direito a bolsa, quem não, quantos?

– Disciplinas novas: artes, música, esporte, cultura, lazer, teatro etc.

– Infraestrutura (sanitários, energia, água , móveis, cozinha, utensílios, etc. )

– Merenda escolar diária: almoço, pré-ceia, merenda

– Renda das famílias: como estão as famílias, de que vivem?

Estas inovações podem ser ainda mais desenvolvidas:

• As famílias do município de Ribeirão vivem de que?

• De que será a fonte de renda das famílias daqui a 5 anos?

• O município se preocupa com isto?

• O que ele vem fazendo ou pensando neste problema?

• O que será destas famílias cuja única fonte de renda, são estes Programas como o Bolsa Escola ou Promata?

O povo está ficando viciado. Não só o povo, mas também seus governantes, pois vão sempre ficar em busca desses projetos emergenciais e às vezes, alguns eleitoreiros. Sem encontrar ou buscar soluções internas para este problema que a cada dia vai ficando mais premente. Os governantes, como os eleitores vão identificando a luta pelo desenvolvimento, com aquisição de programas deste porte. E assim, deixam de pensar o desenvolvimento do município como conjunto. De 1962 até 1989 a cana de açúcar só fez crescer, tomando todos os espaços. Entrou nos sítios dos moradores, nas matas, nos morros, nos municípios que antes tinham tradição de cultura diversificada.

Os problemas eram resolvidos entre os seguintes atores sociais:

– plantador/fornecedor

– usineiros

– assalariado (Fetape, sindicato )

– financiadores

– e a intermediação dos governos federal e estadual

Então, qualquer problema que surgisse com a situação econômica, estes atores sociais eram os que resolviam, não era preocupação dos prefeitos. Os prefeitos simplesmente se preocupavam com a saúde, a educação etc. Mas, a questão da renda no campo, era preocupação dos usineiros e os demais atores sociais. Porém, agora esta situação está se revertendo, pois de 1989 para cá, a cana-de-açúcar está em decadência como principal fonte de renda, pois a crise se alastra rapidamente. E com a gestão municipalizada, o problema de renda passou a ser preocupação dos prefeitos e de muitos outros atores sociais. E os mesmos estão encontrando dificuldade para resolver este problema.

Será que esta situação tem a ver com a escola? Com o Programa Bolsa Escola, BCC? É o que veremos.

2. SEGUNDA PARTE:

OS DIVERSOS TIPOS DE CONHECIMENTOS QUE PODEM SER DESENVOLVIDOS NOS PROGRAMAS

Introdução para o trabalho de grupo:

1. O que os pais sabem mais do que as professoras, mesmo com pouca escolaridade? grupos 1, 2, 3

3. O que as professoras sabem mais do que os pais? grupos 4,5,6

Síntese da Plenária dos grupos.

CONHECIMENTO DOS PAISONDE SE APRENDECONHECIMENTO DO PROFESSOR.ONDE SE APRENDE
Coisas ligadas a agriculturaNo trabalho fora da escolaLeituraNa escola com as professoras
Plantio, corte da cana, limpa, custosNa convivência com a famíliaEscritaNos cadernos com lápis e caneta
SementesObservandoContas no papelNos livros
Época certaDe Pai para filhoHistória do BrasilNas revistas
Doenças e pragasCom a necessidadeGeografiaNos laboratórios
ColheitasCom os desafios Nas pesquisas
Tratos culturaisNo corte da cana  
Criação de animaisNo roçado  
Fases da luaCom os mais velhos  
Cálculos e contasVendendo  
Unidade de medidasComprando  
Lavar roupaFazendo em casa  
CozinharAjudando a mãe  
Virar-se na vidaNa TV, conversas  
Cuidar de filhosCuidando dos irmãos  

Paulo fez uma demonstração das unidades de medidas usadas no dia a dia do agricultor e assalariado da cana: comparação de hectare, braça, quilômetro, metro, palmo, medidas quadradas e cúbicas. Mesmo as professoras que tiveram pais e irmãos nestas atividades, desconheciam as relações e conversões destas medidas. Na plenária, se observou que existe um tipo de conhecimento que se adquire na vida e este, toda família, por mais analfabeta que seja, tem e domina estes conhecimentos. Há um outro tipo que se adquire através dos estudos, escolas e livros. Para aprender, as pessoas precisam frequentar a escola, submeter-se ao programa, às normas e regras da escola. Esses dois tipos de conhecimento são importantes, a humanidade viveu milênios só com o primeiro, passando de geração em geração. Mas a partir de épocas posteriores, o segundo tipo foi sendo acrescentado e enriquecido. Permitiu grandes avanços no desenvolvimento, com a ciência e a tecnologia.

Tem acontecido que a escola tem desvalorizado muito o primeiro conhecimento, que ficou sendo transmitido só com a família, o trabalho, a convivência e a história. Com esta maneira de educação, os dois tipos de conhecimento passaram a andar em direções opostas, um sem valorizar o outro. Com isso, a escola tem diminuído a autoestima dos familiares dos seus alunos. Tem reforçado os preconceitos com que tratam as pessoas do campo: matuto, pé rapado, brocoió…ela é do engenho, mas é tão bonitinha! Como se todas as moças do engenho tivessem que ser feias, porque nasceram no engenho!

O que foi pior, foi que a escola não produziu conhecimento para o aluno levar para o proveito de sua família, do trabalho do pai ou da mãe. O conhecimento que levava era sobre outras coisas. Por isso que a escola nunca contribuiu com a melhora da agricultura, da pecuária. É como se as coisas da vida não fossem objeto de conhecimento, não tivessem valor. Os programas que apoiam a renda poderão propor alternativas para mudar este quadro dos conhecimentos.

Daí a proposta do Programa não tratar só as crianças, mas também suas famílias. As famílias precisam aprender mais com a escola e a escola com as famílias. O Programa precisaria de dar mais tempo aos pais. São 8 horas por dia, 40 por semana, 144 por mês com os filhos menores e com os pais, são as horas do pagamento e alguma reunião quando se faz. Esta distribuição de horários está correta? Atende às necessidades do município? Ajudará as famílias a melhorarem sua renda? São questões que abordamos nas capacitações dos municípios.

2.1. IMPORTÂNCIA DA PERGUNTA E DA CURIOSIDADE

Na última parte da tarde, os 6 grupos divididos leram o texto preparado pelo SERTA sobre a curiosidade e a formulação de perguntas (Textos Didáticos, Série Formação Pedagógica – 01). O texto foi para ser lido e debatido e cada um participante reagir, criticar, dizer com suas palavras e fazer a ligação com os debates do dia. O texto mostra como na base de todo o conhecimento produzido, há uma ou mais perguntas e uma ou mais curiosidades. Ninguém, pessoa, instituição, comunidade, município ou nação, pode crescer se não se faz pergunta sobre as coisas que lhes diz respeito.

O segundo dia começou-se com um exercício de interiorização e relaxamento. Através deste, recordou-se e dia anterior. Em seguida, simulando um telefonema, Chico liga para Moura querendo saber como foi o dia de anterior e Moura comenta que é suspeito para dar as informações e repassa o telefone para diversos participantes, que atualizaram Chico sobre a temática discutida. Nesta dinâmica também entrou o secretário de Finanças do município, que respondeu várias perguntas sobre a ligação dos Programas com o conjunto do município. Foram dinâmicas bem diferentes de atualização com a temática do dia anterior.

Para os três secretários municipais que compareceram na manhã, Moura recordou alguns aspectos da história da proposta que trabalha com os municípios e exemplificou com o fato do chuchu em Chã Grande (este relato encontra-se no relatório da primeira oficina de Catende).

2.2. INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SOBRE A CURIOSIDADE

Leticia: “Acho que a proposta do SERTA é fazer com que estas crianças comecem a pensar, sejam curiosas, queiram saber mais das coisas. O Brasil só muda se a escola tiver como objetivo fazer crianças pensantes. Para o Brasil sair desta dependência é preciso fazer com que a população comece a pensar. Que esta população deixe de ser somente eleitor, e executor.

O texto segundo os participantes, estava claro, com linguagem fácil de entender. O debate foi mais sobre como a escola castra o espírito curioso dos alunos. Moura mostrou como a escola não está sozinha nesta função. Nossa cultura subdesenvolvida tem marcas fortíssimas de autoritarismo nas instituições. Exemplificou com estas palavras que começam todas com o P

– Pai

– Professor

– Padre

– Pastor

– Político

– Polícia

– Pai de santo

Com todas estas autoridades, a nossa tradição e cultura é de subordinação e não de obediência. Obediência seria o respeito, o reconhecimento da autoridade e a adesão, que ajudam as pessoas a desenvolverem a curiosidade e a fazerem perguntas. A subordinação, é a obediência servil e cega, que se impõe com autoritarismo e impede a curiosidade de desenvolver-se. Moura ressaltou muito que os desafios culturais desta subordinação estão no inconsciente de nossa cultura, nos estereótipos do nosso subconsciente. Mesmo que tenhamos consciência de que deveríamos alimentar a curiosidade e as perguntas dos alunos, inconscientemente somos traídos pela nossa cultura autoritária. Esta é uma das razões pelas quais recusamos repassar conhecimento, pois o repasse reforça o autoritarismo dos que elaboram, ao passo que a construção do conhecimento reforça a curiosidade de quem pesquisa. Temos que ter cuidado para não estarmos reforçando a história destes “Ps”.

Um dos papéis importantes da escola, segundo o educador Paulo Freire é ajudar que a criança transforme a sua curiosidade espontânea em curiosidade epistemológica, isto é, científica, capaz de produzir um conhecimento sistematizado, técnico, programado, rigoroso e científico.

4. TERCEIRA PARTE: ENCAMINHAMENTOS PARA A AÇÃO CONCRETA

Os encaminhamentos foram discutidos após uma síntese do que já poderia se dizer consenso do grupo. Este consenso se resumiu nos seguintes princípios:

– O grupo concorda que a vida tem que entrar mais na escola e esta na vida?

– O grupo concorda que as escolas de Ribeirão devem se preocupar com os problemas das comunidades do município?

– O grupo concorda que o cotidiano da vida das famílias devem ser objeto de estudo da escola?

– O grupo concorda que existe todo um saber que é adquirido fora da escolas?

– O grupo concorda que existe todo um saber que se adquire dentro da escola?

– O grupo concorda que as secretarias do município poderiam se relacionar de forma mais integradas com os dois programas?

– O grupo concorda que a questão da renda das famílias tem um significado especial para a escola e os programas?

– O grupo concorda que a sensibilidade maior dos pais está no dinheiro, mas que esta postura deve ser superada?

– O grupo concorda que o dinheiro deve atingir não só o bolso das famílias, mas a cabeça, as idéias, as iniciativas, e a capacidade de se organizar?

– O grupo concorda que os Programas têm condições de contribuir com o conhecimento da realidade do município?

– O grupo concorda que a escola não deve ser só repasse de conhecimentos, mas sobretudo produção de conhecimentos?

Baseados em princípios como este, podemos nos perguntar como conseguir que estes acordos possam se concretizar. Sabemos que os Programas quando são apresentados, nem sempre são conhecidos em todas as suas possibilidades. Assim é com prefeitos, secretários, professores, políticos, beneficiados, professoras, alunos. Há pessoas e instituições de peso, que criticam os programas por fora. Tem gente que aposta na desgraça dos programas. Merecem críticas, mas é bom criticá-los apostando no sucesso.

Os presentes deram o exemplo da crítica ao BCC – brincar, correr, comer! Nome apelidado ao programa Brasil, Criança Cidadã. O programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI, tem outras dimensões, que normalmente, não tem informações mais seguras para todos os sujeitos sociais envolvidos. O professor tem uma informação, a comunidade tem outra, as famílias têm outra, os secretários outra, e nunca são repassadas como deveriam repassar. Pois em geral, os interesses, são em cima dos benefícios mais imediatos e dos procedimentos para a execução.

Programas deste porte para o Nordeste, têm significado especial, por conta da nossa história de subdesenvolvimento e marginalização. Se não der certo, as pessoas do centro-sul dirão que foi incompetência do nordestino. Isso tem muito a ver também com a forma de quem executa o programa. Se a professora entender mal e executar mal, quem vai pagar por isso é o município, se o município executar mal, quem vai pagar são vários municípios.

Concluindo, se temos estas idéias em comum, a questão agora é de como se empenhar para que haja o máximo de êxito do programa, nesta perspectiva construída durante os dois dias. O que teríamos que encaminhar em relação a:

1. ESCOLAS: O QUE SE TEM A FAZER?

2. PAIS: COMO MELHORAR O PROGRAMA A NÍVEL MAIS GERAL?

3. ACOMPANHAMENTO: MELHORAR O DESEMPENHO DAS SECRETARIAS MUNICIPAIS NO PETI?

1. ESCOLAS

1. É necessário que os locais tenham estrutura física adequada. Existem lugares que não estão bem. Como as crianças poderão estar oito horas, se a escola não tem estrutura adequada?

2. Informar e formar os pais. Não transformamos sozinho a sala de aula, sem os pais, sem a compreensão deles.

3. Trabalhar dentro da realidade social do aluno. Porque buscar fora, se aqui não sabemos o que se planta, o que se cultiva e como se trabalha? Resgatar saberes, valores, cultura,

4. Trabalhar na linha da profissionalização, em vista do mercado de trabalho para os que concluem o tempo do programa. Desenvolver habilidades profissionalizantes com os alunos e famílias. As 4 horas a mais não são reforço escolar, inclusive a monitora tem alunos de várias outras professoras.

5. Haver mais integração entre professoras e monitoras, dar tempo para este tipo de encontro na escola. As duas partes precisam conhecer bem o programa. Para isso, precisam de tempo para se encontrarem.

6. Realizar avaliações com as professoras, monitoras, diretoras, pais ou comissões sobre o andamento do programa.

7. Em primeiro lugar para se educar não são os alunos, e sim as famílias

2. FAMÍLIAS

1. Os Programas deveriam ter começado com uma reunião com professoras, família, monitoras, antes de ir para a sala de aula. Ainda está em tempo para recuperar.

2. A comunidade precisa ser preparada para receber este programa: o que é, para que?

3. Não somos professoras dos mesmos alunos que somos monitores. Somos monitores e professores, em horários diferentes, nós também estamos oito horas

4. É necessário que haja mais participação de todas as secretarias. Não dá para ficar só ação social e educação.

5. Reuniões mensais ou quinzenais, para poder explicar o programa, o motivo da bolsa, o que os filhos estão fazendo, o significado da bolsa, os avanços que se dão, os retrocessos.

6. Feira de ciências na escola: convidar um pai para ensinar uma coisa que ele sabe e o professor não sabe. Isso ajuda na integração do pai com a escola. As feiras de ciência só envolvem os alunos e professores. Precisariam envolver pais, com os saberes deles (medir terra, plantar, tratos culturais)

4. ACOMPANHAMENTO

1. As secretarias municipais poderiam organizar uma comissão responsável: uma pessoa executora, participante direta dos programas, com representante do Conselho de Desenvolvimento, da igreja e do sindicato. Não é para pensar ou cuidar da burocracia, mas para ver como está funcionando. Não seria a Comissão Municipal do PETI. Ou então, seria o caso de ampliar a comissão atual e se perguntar se ela queria assumir também esta nova tarefa.

2. Precisaria eleger a coordenação desta comissão e um regimento sobre suas responsabilidades, tarefas e forma de funcionamento, sem burocratizar.

3. Houve um debate no sentido de que a comissão municipal hoje existente não dá conta desta tarefa. As duas secretarias isoladas também não. Seria necessário um grupo mais amplo, executivo, que estivesse atento a todas as interfaces dos Programas.

4. Para os núcleos foi sugerida uma Sub-comissão de pessoas envolvidas nos núcleos: professora, merendeira, aluno. Discutiria os problemas locais

5. Todos os programas que vem do governo federal ou estadual tem exigências burocráticas. Estão exigindo a formação de comissões municipais, é uma legislação. Porém se encontra muitas comissões que não discutem ou são os últimos a saberem das coisas. A proposta que ficou foi escolher 5 pessoas com as seguintes funções:

• Organizar um calendário para fazer as reuniões com as famílias. Para melhorar e esclarecer qual a concepção do programa. Tirando dúvidas.

• “Cutucar” as secretarias, cobrar a participação das mesmas nestas propostas.

• Providenciar transportes,

• Marcar datas para estas reuniões nos núcleos com as professoras, monitoras, famílias, enfim, todos os atores sociais que estão envolvidos no PETI.

Núcleos a serem visitados:

1. ARAPIBU CONHECIDA COMO FAZENDA CAPRI

2. SERRINHA

3. AMARAGI

4. RAINHA

5. BASTIÕES

6. BCC

PESSOAS ESCOLHIDAS

Letícia 671 1175

Amaro 671 1688

Zenira 671 1293

Paulo 671 1794

Menininha 671 1045

Esta comissão irá se encontrar para marcar uma data para começar as visitas. Porém, não serão necessariamente as pessoas dela que irão fazer as reuniões, elas são responsáveis pela articulação. Serão responsáveis pela não realização das tarefas.

O SERTA deixou um texto de Gilberto Freire sobre A CANA E A MATA, texto este sugerido para ser estudado e levado depois para a escola para servir de material pedagógico.

AVALIAÇÃO E ENCERRAMENTO

O parecer final do grupo foi muito positivo, alguns expressaram suas palavras lembrando a: relação, união, troca de experiência, reciprocidade, integração, luta, êxito, não ter medo de errar, ânimo, simpatia.

Os trabalhos foram encerrados com uma confraternização do grupo.

13/11/1998.

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