4.1.2. Sugestões para um Plano Diretor de Desenvolvimento Municipal – 1992

A CONSERVAÇÃO E A ADUBAÇÃO DOS SOLOS E O MUNICÍPIO

A QUESTÃO OU O PROBLEMA

O cansaço e o esgotamento do solo é uma questão de sobrevivência da agricultura. O empobrecimento da agricultura e dos produtores tem sido proporcional ao do solo. Apesar disso, esta questão não tem passado pelas preocupações do poder municipal. Nem é levada em consideração. O problema tem ficado exclusivamente para o produtor, como se não pudesse ser objeto de lei, de planejamento, de investimento do município.

AS PROPOSTAS ALTERNATIVAS

Como em relação as demais questões precisa de um diagnóstico preliminar sobre os solos do município e os recursos disponíveis para conservá-lo e adubar. As medidas são sempre integradas com outros problemas. Vejamos em detalhes.

AS MANEIRAS CONCRETAS DE SE FAZER

1. ESTABELECER UM PROGRAMA MUNICIPAL DE CONSERVAÇÃO E ADUBAÇÃO DOS SOLOS DO MUNICÍPIO

Organizar treinamentos para agricultores e estimular os que começarem a usar em suas propriedades.

Aproveitar ocasiões como Frentes Produtivas, Cestas Básicas para os agricultores marcarem as curvas de níveis das propriedades.

Aproveitar os contratos coletivos de uso das terras (ver produção e o município) onde a prefeitura entra com algum tipo de apoio para estimular as curvas de nível nos terrenos ou a drenagem se for o caso.

Ensinar nas escolas do município elementos mínimos de conservação e adubação do solo, como usar o nível pé de galinha, fazer um composto orgânico, alternativas para não queimar o mato etc.

2. CRIAR UM OU MAIS BANCOS DE ADUBAÇÃO

Manter convênio com pecuaristas para recolher o esterco das propriedades, sobretudo no verão e transportar para um local determinado. Misturar esse esterco a outros produtos como cinza das padarias, olarias, o lixo mais orgânico das feiras, e o futuro lixo doméstico orgânico separado. No caso de haver açudes ou rios perenes produzir em larga escala a “baronesa” para misturar com o esterco.

De vez em quando estes materiais devem ser misturados e molhados. Quando curtidos, servirá para as escolas, as praças, as hortas comunitárias e a venda ou doação aos produtores rurais, sobretudo de hortaliças e legumes. Vez por outra, um exame desse adubo dirá da necessidade de algum acréscimo químico ou não.

3. TRATAR O LIXO E RECICLÁ-LO

Organizar campanhas nas escolas, nos meios de comunicação, em parceria com associações, clubes de serviços para programas de coleta, separação e reciclagem do lixo, para que todo material orgânico seja usado nos solos locais. O material inorgânico podendo ser vendido ou usado em outros programas, como latas de óleo e potes de margarina em sementeiras, vidros vazios para as escolas organizarem mostruário de sementes.

4. ORGANIZAR CRIAÇÃO DE MINHOCAS

No banco de adubação, produzir minhocas para distribuir nas comunidades, hortas comunitárias, escolas, etc.

5. ESTIMULAR O APROVEITAMENTO DE TODO TIPO DE ESTERCO

Buscar projetos econômicos que ajudem aos agricultores a criar qualquer tipo de animal para usar o esterco na adubação do solo.

Desenvolver projetos sanitários para uso de fossas secas, tipo BASON, onde possa aproveitar o esterco humano nas áreas rurais.

Desenvolver programas de esgoto sanitário que possa produzir adubo para os solos.

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