4.3.6. Relarório do encontro interestadual – 1995

RELATÓRIO DO ENCONTRO INTERESTADUAL SOBRE EDUCAÇÃO DO CAMPO

Documento histórico onde se pode perceber a construção da Educação do Campo e seu estágio em janeiro de 1995 em PE e BA.

APRESENTAÇÃO

O ENCONTRO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO realizado em Camaragibe, área metropolitana de Recife de 5 a 8/01/95 teve um momento anterior que vale a pena resgatar. A decisão de se realizar veio por ocasião de um encontro realizado em Feira de Santana com os municípios que estavam aplicando a Proposta com o MOC, Professores da UEFS e o SERTA.

A partir daí, houve o trabalho de elaborar um projeto para a CESE (Coordenadoria Ecumênica de Serviços) de Salvador e o CERIS do Rio de Janeiro, discutir a ideia nos municípios, fazer a seleção das professoras, envolver as secretarias e prefeituras municipais na busca de recursos. Neste período aconteceu um seminário pedagógico realizado em Valente-BA, com a participação dos três municípios que usam a proposta, e outros convidados, que muito contribuiu para a animação e a expectativa em torno do encontro.

A coordenação do encontro preocupou-se em não partir de uma programação antecipada, mas construída a partir dos passos que os participantes iam dando, o que exigiu muitas reuniões durante o encontro para encaminhar os passos seguintes, que passaram por sete momentos mais significativos:

MomentoDescrição
1Ambientação, apresentação das pessoas, divisão de tarefas e comunicações.
2Estudo em grupos misturados do que se fazia nas escolas e as dificuldades.
3Tematização de quatro questões básicas, a partir do que se fazia nas escolas, estudadas em grupo e apresentadas em plenário.
4Aprofundamento em forma de exposição dessas quatro questões por cinco assessores.
5Aprofundamento das dificuldades em seis grupos de trabalho.
6Programação para a continuidade e encaminhamentos diversos.
7Avaliação final.

Queríamos deixar aqui o nosso agradecimento e reconhecimento ao escritório do UNICEF de Recife, que inicialmente nos estimulou avançar com a Proposta de Educação junto aos municípios, a OIKOS, Cooperação e Desenvolvimento de Portugal que nos garantiu a continuidade e a implantação em Pernambuco, ao MOC de Feira de Santana e a equipe de Educação do mesmo, que acreditou na proposta e levou para municípios Baianos, aos professores da UEFS que se aliaram ao MOC nesta iniciativa, as secretarias e prefeituras municipais que implantaram a Proposta em seus municípios, as supervisoras e professoras municipais rurais que acreditaram no novo, arriscaram, preparam os caminhos, acreditaram nos seus alunos e nos seus familiares como sujeitos sociais da educação do campo e hoje se sentem sementes de um novo modelo de desenvolvimento. A UDIMEPE, que está se interessando cada vez mais na Proposta.

Nosso reconhecimento a CESE de Salvador que vendo todos esses caminhos percorridos nos dois Estados ajudou a nos encontrar para aprofundar e definir novas etapas dessa caminhada. Um reconhecimento muito especial aos 55 primeiros jovens estudantes da área rural que se encontraram em Orobó – PE, de 3 a 5 de abril de 1992, para estudar a ESCOLA E A AGRICULTURA, com a equipe técnica do SERTA, de onde saíram as primeiras inspirações desta Proposta de Educação e ao PAER (Programa de Educação Rural) da região de Campina Grande, cuja prática e experiência das Escolas Roçado, inspiraram o SERTA a encontrar as primeiras pistas.

Insistimos com todos esses parceiros e outros que venham se aliar nesta proposta a intercambiar estudos, práticas, documentos, livros, teses sobre Educação do Campo para aos poucos termos acesso a inúmeras outras experiências neste campo.

Recife, 30 de janeiro de 1995.

Abdalaziz de Moura Xavier de Moraes

Responsável pelo Programa de Capacitação de Professoras Rurais do SERTA

PRIMEIRO MOMENTO: AMBIENTAÇÃO E APRESENTAÇÃO, EXPLICITAÇÃO DO OBJETIVO DO ENCONTRO

Aprofundar a Proposta de Educação do Campo desenvolvida pelo SERVIÇO DE TECNOLOGIA ALTERNATIVA – SERTA, com os municípios, as instituições e as pessoas envolvidas com sua implantação, a partir das práticas e experiências realizadas até agora nas escolas, nos municípios e na capacitação do professorado.

PREPARAÇÃO DO ENCONTRO

A ideia do encontro surgiu da avaliação realizada em julho com os municípios da Bahia e os assessores envolvidos na proposta e a presença do Serta. As professoras estavam conseguindo muitos resultados com a proposta, mas também apresentavam dificuldades que exigiam um aprofundamento maior e mais coletivo com os diversos grupos envolvidos. Para cobrir as despesas ficou definido procurar recursos nos municípios e nas instituições financiadoras. Durante o segundo semestre já se trabalhou tendo em mente que no encontro interestadual, algumas questões seriam aprofundadas.

AMBIENTAÇÃO DO ENCONTRO

A apresentação foi feita com técnicas de ambientação, onde as pessoas se conheceram um pouco, primeiro de duas em duas, depois em grupo de quatro e em seguida, apresentando em mímicas suas expectativas para o encontro. Após a apresentação se fez a divisão das equipes de trabalho.

SEGUNDO MOMENTO: ESTUDO DO QUE SE TEM FEITO E AS DIFICULDADES ENCONTRADAS NA APLICAÇÃO DA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO

Os participantes foram distribuídos em 7 grupos, com uma recomendação que a prioridade das conversas fosse dada às professoras, e que os demais participantes no primeiro momento, escutassem e pedissem informações, pois o objetivo do grupo era ver o que as professoras estavam fazendo e as dificuldades que elas estavam encontrando. Nem em todos os grupos levaram em conta esta recomendação da coordenação.

O QUE SE TEM FEITO E COMO

ItemAção
1Preparando o aluno para a vida que ele vive, onde vive e com quem vive.
2Trabalhando a partir da realidade concreta vivenciada pelos alunos e família.
3Valorizando o meio onde vivem os alunos, o professor e os pais, através da valorização da agricultura, do agricultor e do resgate cultural.
4Integrando escola, família e comunidade, ora indo aos pais, ora levando os pais à escola.
5Oportunizando ideias, práticas e experiências inovadoras.
6Adquirindo conhecimentos, através das pesquisas e dos desdobramentos e análise das mesmas.
7Ao nível de aprendizagem mais sistematizada, desenvolvendo a leitura, a escrita, a oralidade, o raciocínio do aluno e a criatividade.
8Levando os alunos e alunas a identificarem a propriedade de seus pais, suas roças.
9Suas atividades em casa e fora, seus recursos e seus limites.

DIFICULDADES ENCONTRADAS

As dificuldades foram tematizadas em 7 blocos diferentes e complementares, que são os que seguem:

1. FORMAÇÃO DO PROFESSOR

1.1. Falta de preparação das professoras para trabalhar com aluno da zona rural

1.2. Falta de assessoria nas áreas específicas do conhecimento, que participem dos encontros de capacitação das professoras nos municípios.

1.3. Falta de assessoria de conhecimento agrícola, agrário, técnico, ecológico.

2. AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DENTRO DA PROPOSTA

2.1. Desenvolver mecanismo de avaliação que se adeque a essa proposta de educação. As professoras, os alunos e os pais já se acostumaram com o tipo de prova tradicional e as notas.

3. CONTEÚDOS

3.1. Adequação dos conteúdos disciplinares regulares da escola às fichas pedagógicas.

4. PLANEJAMENTO

4.1. Como se planejar com as fichas, os roteiros tradicionais e a sequência dos conteúdos das disciplinas.

5. ENTENDIMENTO DA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO DO CAMPO

Existe compreensão e aceitação por parte dos pais, dos alunos, das professoras e da comunidade, mas também existe incompreensão e rejeição.

6. OPERACIONALIZAR O “AGIR E TRANSFORMAR” DA TERCEIRA ETAPA DA METODOLOGIA QUANDO SE REFERE A UMA ATUAÇÃO NA COMUNIDADE.

7. TRABALHAR COM TURMAS MULTISERIADAS

TERCEIRO MOMENTO: APROFUNDAMENTO DE QUATRO TEMAS POR GRUPOS DE COMISSÃO

Após a apresentação arrumada dos problemas, os assessores fizeram complementações e prepararam novos trabalhos de grupos, para aprofundar 4 dos temas mais significativos que surgiram entre as COISAS QUE ESTÃO FAZENDO que englobassem os demais e oferecessem luzes para clarear as dificuldades. A seguir o resultado da apresentação das quatro comissões.

A PESQUISA: O QUE É E QUAL A SUA RELAÇÃO COM OS DIVERSOS TEMAS LEVANTADOS PELOS GRUPOS

ItemDefinição
1É um meio de buscar informação CORRETA para produção de conhecimento.
2É um meio de descobrir novos caminhos de conhecer e viver.
3É um recurso pedagógico privilegiado para criação de novos VALORES E ATITUDES.
4É um instrumento de apreensão e percepção da realidade.
5É um instrumento privilegiado, estratégico e indispensável para se desenvolver a proposta.
6É um meio de conhecer a realidade com a intenção de transformá-la.

CARACTERÍSTICA DA PESQUISA REALIZADA E DESENVOLVIDA NA PROPOSTA

ItemCaracterística
1Exige a participação das pessoas envolvidas não só na fase de aplicação, mas também na fase de ANÁLISE e de decisão (AGIR, TRANSFORMAR).
2Tem como objetivo não só a aquisição de conhecimentos, mas também de produção de conhecimentos e transformação da realidade.
3Está presente de uma forma ou de outra nas três etapas da proposta: conhecer, analisar, transformar.
4Envolve a participação da professora, da família e do aluno e da aluna.

RELAÇÃO DA PESQUISA COM AS FORMAS DE DESENVOLVÊ-LA

A PESQUISA é aplicada de diversas formas, meios ou instrumentos usados pelas professoras, alunos e por demais pessoas:

ItemForma de Aplicação
1Com perguntas diretas (muito usada nos deveres dos alunos) ou questionário.
2Com visitas que a professora organiza com os alunos.
3Com entrevistas que se fazem as pessoas visitadas, ou de casa ou da comunidade.
4Com a coleta de material na propriedade, na natureza (plantas, animais, solo, insetos etc.)
5Com os passeios onde a professora e os alunos observam as coisas, as pessoas, os fatos e anotam.

Depois de APLICADA a pesquisa é desenvolvida de várias formas:

ItemForma de Desenvolvimento
1Na ANALISE dos seus resultados, onde a professora faz o desdobramento, usando textos, desenhos, teatro, operações matemáticas, exercícios, debates, e ensino das disciplinas.
2No TRANSFORMAR, onde os alunos realizam algumas ações na escola, ou na comunidade ou leva a comunidade a participar de alguma ação.

ADQUIRIR CONHECIMENTO: ONDE ENCONTRÁ-LO? QUEM PRODUZ? COMO?

1. Adquirir conhecimento e produzir conhecimentos são duas coisas inter-relacionadas.

2. A produção do conhecimento passa:

Pela sistematização das pesquisas que os alunos realizam nas famílias e comunidades.

Pela sistematização dos conhecimentos que eles adquirem.

Pela sistematização da prática desenvolvida pela professora com os alunos.

Pela sistematização das vivências e análise dos textos etc.

CONTEÚDOS: O QUE É? ONDE ESTÃO? NAS FICHAS, FORA DELAS?

O QUE É: São informações que obtemos sobre determinado assunto e que nos proporciona uma melhor compreensão dos fatos.

ONDE ESTÃO: Nos saberes acumulados do povo e nas ciências, nos livros, sobretudo nos livros didáticos (na visão tradicional estão, sobretudo, no livro didático do professor). Estão nas fichas pedagógicas, que ajuda na troca dos saberes dos sujeitos envolvidos no processo de ensino aprendizagem.

TAREFAS ESPECÍFICAS DA ESCOLA NA PREPARAÇÃO PARA A VIDA E A CIDADANIA

A escola constrói valores MORAIS, CULTURAIS E CIENTÍFICOS.

Incentiva ATITUDES.

Dar condições para a expressão livre das pessoas.

QUARTO MOMENTO: APROFUNDAMENTO DESSES TEMAS PELOS 4 ASSESSORES

Após a apresentação de cada um dos grupos, um assessor retomou em forma de exposição os mesmos temas para aprofundamento. Abdalaziz de Moura do SERTA (A Pesquisa), Naidson Baptista do MOC (Aquisição de conhecimentos), E. Teixeira Coelho da UEFS (Conteúdos), Antônia Almeida (As tarefas da escola na preparação para a vida e cidadania. João Francisco de Sousa da UF-PE retomou o conjunto das apresentações dos grupos e dos assessores. As exposições dos assessores não estão contidas neste relatório. Farão parte de outro documento, uma coletânea que possa servir para estudos e aprofundamentos futuros, depois que os mesmos possam corrigi-los.

QUINTO MOMENTO: APROFUNDAMENTO DAS DIFICULDADES

A dinâmica para o aprofundamento das dificuldades foi retomá-las outra vez nos grupos, que inspirados nas discussões anteriores, iriam identificar melhor o nó da questão e apresentar dicas para a sua superação. Foram seis grupos, cada um com uma dificuldade específica.

PLANEJAMENTO

O nó da questão é a adequação dos conteúdos às pesquisas realizadas pelos alunos, que nem sempre a professora consegue fazer bem. Ela estava acostumada a entender conteúdo como o assunto das disciplinas dadas de forma sequenciada e compartimentada. Quando chega a hora de ser interdisciplinar e nem sempre sequenciada ou compartimentada, sente dificuldade. A pista para essa questão é planejar bem as unidades, as aulas, tentando visualizar a integração dos vários conteúdos disciplinares, as pesquisas, os valores e as atitudes.

FORMAÇÃO DO PROFESSORADO

O problema é que o professor foi formado para outros tipos de ensino e de escola e não se encontra ainda devidamente habilitado para trabalhar a proposta. A pista é produzir e buscar outros materiais que complemente as temáticas pesquisadas pelos alunos. Inserir na capacitação material de estudo para o professor, que possibilite a fundamentação da proposta, como textos, documentos etc.

Além da capacitação para trabalhar com as fichas, quando necessário, desenvolver uma capacitação mais geral sobre didática, metodologia, avaliação e uma mais específica (matemática, português, estudos sociais, ciências, educação artística)

ADEQUAÇÃO DOS CONTEÚDOS

O problema é associação dos conteúdos às fichas e adaptação do calendário agrícola:

Como chegar aos conteúdos através das fichas,

Como conhecer melhor os conteúdos,

Como conhecer melhor a realidade agrícola. As professoras se acostumaram a identificar conteúdos apenas com os conhecimentos repassados, e não com os conhecimentos produzidos, os valores e as atitudes. As pistas são:

Uma capacitação maior nas questões agrícolas, ecológicas.

Fazer um estudo mais detalhado do currículo: o que se estuda, para que?

Selecionar melhor os conteúdos e alargar a dimensão de conteúdo.

Organizar uma seriação para a formação.

Os professores participarem mais da elaboração das fichas.

Estudar mais as tendências pedagógicas: por que surgiram os métodos? O que está por trás e na história de cada tendência?

A AVALIAÇÃO

O problema é muito polêmico. A dificuldade das professoras e professores é como avaliar os alunos numa proposta diferente da tradicional que estão acostumados, e que não se adequa a nova proposta. A avaliação convencional não tem dado importância para os valores e as atitudes dos alunos. O grupo sugeriu algumas pistas na maneira de fazer e nos critérios de preparação.

TIPOS DE AVALIAÇÃO

Teste diagnóstico baseado na realidade que foi ensinada.

Provas dissertativas, relato escrito ou oral dos alunos em relação às pesquisas, visitas, atividades em geral. Oficinas, trabalho em grupo dentro da sala, observando se o aluno participa, aprende, na exposição dos trabalhos.

CRITÉRIOS

Enumerar as questões com clareza.

Colocar questões independentes.

Sequenciar as dificuldades das mais fáceis para as mais difíceis

Não botar muitos quesitos. Fazer distribuição equitativa do assunto, dosar.

Peso: distribuir de acordo com as exigências de raciocínio.

APLICAÇÃO

Evitar colocação que despertem nervosismo nos alunos.

Sempre que possível, tirar dúvidas. Tranquilizar o aluno.

CORREÇÃO

Ver o aluno como um todo durante o ano, nos seus valores e atitudes.

Levar em conta a capacidade de raciocínio do aluno.

OPERACIONALIZAR O AGIR E O TRANSFORMAR NA COMUNIDADE

O problema é que quando o transformar é na classe com os alunos, as professoras e os professores conseguem fazer, mas quando se trata de envolver a comunidade, encontram dificuldades. A pista que se propôs foi distinguir três níveis no TRANSFORMAR:

NívelDescrição
1O da vivência dos temas pesquisados e analisados.
2O das atitudes e mudanças de comportamento das pessoas.
3O da ação na comunidade.

Fazer o que estiver no nível dos alunos.

Ter clareza sobre a concepção do que seja o TRANSFORMAR.

Desenvolver mais parcerias com as comunidades.

Valorizar mais as pequenas ações dos alunos.

QUESTÕES LIGADAS A DIVULGAÇÃO E ACEITAÇÃO DA PROPOSTA

OS PROFESSORES podem rejeitar:

Por incapacidade de adaptação,

Por insegurança na aplicação da proposta,

Por acomodação,

Por não acreditarem que vale a pena retomar a problemática da agricultura por que já é por demais desanimadora.

OS PAIS podem rejeitar:

Por falta de esclarecimento sobre a proposta,

Por não ver utilidade para seus filhos na proposta,

Por sonharem vida diferente do campo para os filhos,

OS ALUNOS podem rejeitar:

Pela desvalorização que sentem em relação à agricultura,

Pela rotina que já vivem com a agricultura,

Pelos alunos das séries mais adiantadas porque já trabalham muito na agricultura,

AS PISTAS SERIAM:

Divulgar mais entre os pais e a comunidade,

Fazer mais reuniões com os pais na escola,

Divulgar mais em jornal, rádio, boletins, reuniões e encontros.

PROGRAMAÇÃO POR ESTADO E MUNICÍPIOS

Para a programação e encaminhamentos, A Bahia preferiu reunir o Estado todo, Pernambuco dividiu-se em 4 grupos, com a seguinte programação:

1. SURUBIM

ItemAção
1Fazer uma reunião no dia 3/2/95 com os que participaram do encontro para aprofundar o encontro e os temas mais ligados a Surubim e fazer neste dia o planejamento para o ano de 1995.
2Rever os currículos das escolas de magistério do município.
3Produzir material de estudo que aprofunde a proposta.
4Realizar no final do semestre um encontro com os municípios do Estado que adotam a proposta no dia 4 e 5 de julho de 1995.
5Estudar com o professorado os temas deste encontro.
6Realizar treinamentos com técnicos agrícolas e grupos de professoras.
7De 26 a 28 de outubro realizar um evento em nível municipal sobre a Proposta no município de Surubim, com um seminário pedagógico, com feiras, exposições, competições com o objetivo de consolidar a Proposta.

2. CHÃ GRANDE

ItemAção
1Encontrar-se com o prefeito para acertar a aplicação da proposta.
2Visitar outro município que adota já a proposta.
3Conversar com outras professoras sobre a proposta.
4Propor a nível estadual um encontro com as pessoas e instituições para aprofundar a proposta a nível estadual, 4 e 5 de julho de 1995.
5Realizar o primeiro treinamento para a implantação da proposta, 14,15/02/95.

RETIROLÂNDIA

(contou apenas com uma participante)

ItemAção
1Reunir-se com os municípios vizinhos que adotam a proposta.
2Como o município não adotou ainda, introduzir alguns aspectos desta proposta “no trabalho que já participo”.

UNIVERSIDADE, REPRESENTAÇÃO DE AFOGADOS DA INGAZEIRA E AL

ItemAção
1Fazer capacitação que retome os temas do encontro.
2Divulgar a proposta junto às Universidades.
3Sensibilizar a sociedade pelo pacto de valorização do professor.

BAHIA

ItemAção
1Promover seminários regionais mais frequentes.
2Conhecer melhor a realidade agrícola através de estudos com técnicos e agricultores experientes.
3Envolver mais as secretarias municipais na luta pela participação das famílias na vida escolar.
4Discutir mais o papel da escola e dos professores para rever a prática pedagógica e o trabalho desenvolvido.

AVALIAÇÃO DO ENCONTRO

QUAIS OS PASSOS NO CAMPO DA EDUCAÇÃO QUE O ENCONTRO AJUDOU A DAR?

ItemContribuição
1Um maior conhecimento e divulgação da Proposta de Educação do Campo.
2Um redimensionamento do conceito de CONTEÚDO na educação e na escola.
3Um maior aprofundamento das questões que estavam emperrando, enganchando os professores.
4Maior clareza quanto ao papel, concepção, abrangência e importância da pesquisa dentro da proposta.
5Percepção que o conhecimento pode ser produzido na escola rural e não só adquirido.
6Esclarecimento sobre a maneira de avaliar dentro da proposta de educação.
7Ajudou a conhecer melhor a Ficha no PESQUISAR e no TRANSFORMAR.
8Criou muitas outras dúvidas e obrigou a pensar.
9Ajudou a criar uma nova concepção de escola.
10Divulgou a proposta para quem não tinha conhecimento.
11Despertou a necessidade de estudar, ler e pesquisar mais sobre educação e ensino.
12Mostrou que a troca de experiência é fundamental na produção de conhecimentos.
13Mostrou que podemos ser muito criativos como professor.
14Aumentaram mais a aproximação entre supervisoras, técnicos, professoras e assessores.
15Toda a discussão mostrou o novo grande desafio, a formação de um novo tipo de professor para uma nova escola e uma nova concepção de educação. A concepção da escola ainda é o grande emperramento para compreender a proposta. O trabalho de grupo revelou que ainda não se consegue pensar a avaliação do aluno se não for com nota.
16O encontro identificou os principais problemas e se concentrou sobre eles.
17O encontro avançou além do operacional, que muitos já entendem. Pegou mais questões de fundo.
18O encontro foi o primeiro momento forte que paramos sem ser para preparar professores para as unidades, ou avaliar as ações. A partir de agora, esses momentos poderão se multiplicar.
19O aproveitamento poderia ter sido melhor se o grupo fosse menor e menos misturado.
20O grande desafio agora é ver como, quando e quem estudar tantas questões que vimos como necessárias.

Recife, 30 de janeiro de 1995.

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